domingo, 26 de janeiro de 2025

Filosofia e Psicodrama

 Lia, há pouco tempo o livro de Boécio, Discurso sobre a servidão voluntária. E lá, deparei-me com uma frase: Ninguém pode desejar o que desconhece. Deixei meu pensamento voar. No livro de Boécio (grande livro!) significa que, os nascidos sob a tirania não conhecem outra possibilidade e, portanto, não podem ou têm mais dificuldade, de imaginar, desejar a liberdade. Por caminhos do livre pensar, cheguei ao Psicodrama. O Psicodrama reconhece o papel social, compartilhado socialmente, o papel imaginário, aqueles sonhos ou desejos de desempenhar outros papéis, o papel psicodramático, aquele desenrolado em palco numa cena psicodramática. Qual a função de um palco, qual a sua magia, qual o seu poder? É a criação de um espaço virtual onde a fantasia pode ser real e vivida como real. É ter esse espaço reconhecido e assumido pelos participantes. Poderá ser o cinema, o teatro, o palco psicodramático. "Sonho que se sonha só, é só um sonho. Sonho que se sonha junto é realidade" ( Yoko Ono/Raul Seixas). Ao existir o palco, compromisso do grupo, do indivíduo, da plateia, o Psicodrama possibilita, abre a chance, de ao investigar/investir fantasias, sonhos, imaginações, vividas como se fosse real. E com isso, contrariando a Boécio, mesmo sem ter conhecido, pode ter nostalgia do não acontecido, vivenciando como real possibilidades que no concreto, não existem. e passar a desejar, por agora ter conhecido, mudanças. Daí porque toda forma de psicoterapia, independente do método, pode exercer a função de dar ao indivíduo a ocasião de abrir as portas de suas prisões.

sábado, 11 de janeiro de 2025

Novamente Tele

Lendo um livro sobre pensamento científico e credulidade de Carl Sagan, deparei-me como uma observação óbvia. Mas, que eu nunca havia me atentado para ela. Que a palavra Telepatia significa , etimologicamente, sentia à distancia, e não não pensar à distância. imediatamente veio-me à mente, psicodramatista que sou, a palavra e conceito TELE. Esse conceito Moreniano talvez seja o mais difícil de se apreender. Ele se refere à percepção MÚTUA de dois papéis em relação vincular. Não é uma ideia, um pensamento, uma reflexão ou ponderação. É a apreensão do outro com quem estamos nos vinculando. É muito mais Pathos que Gnosis. Talvez seja uma apercepção, que é a tomada global, em bruto, de um uma totalidade, antecedendo o pensamento discriminante e analítico. "Não sei porque é assim, só sei que é assim." A Tele moreniana é aperceptiva, não analítica, mas MÚTUA. E, então, a mutualidade, aperceber-se mutuamente com o mesmo sinal, atração ou rejeição ou indiferença, configura uma relação télica. Não havendo mutualidade tratar-se-á de uma relação não Télica. Ufa, parece que coloquei aqui o que queria!

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E assim é.

Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...