Um amigo, psicodramatista, me disse que ele estava tendo dificuldade de editar seu livro porque as editoras só viam possibilidades de venda para manuais de como fazer Psicodrama. E o livro dele é de reflexão sobre os fundamentos do Psicodrama/Socionomia. É. Isto em qualquer área de atuação seria um problema. Agir sem fundamentação, o fazer, apenas, transforma-se em ato mecânico. Sem se conhecer e aprofundar-se nos fundamentos é como preocupar-se em construir um edifício muito bonito , mas sem ter escavado para as fundações. Aliás, é um bom símile. Na construção, necessariamente, se começa indo para baixo, cavando fundo. Em qualquer construção, trata-se de uma etapa longa, em que não se vê o "progresso" da obra. Considerando, nesse caso arquitetônico, que "progresso" é ver subir a obra. Trazendo ao nosso campo, "ver subir a obra', "progresso", seria fazer o psicodrama, exercitar as técnicas. O escavar para baixo, estabelecer as fundações da obra, seria o equivalente a estudar-se a filosofia Moreniana, os laços filosóficos do Psicodrama/Sociodrama/Socionomia. Corporificar a Espontaneidade/Criatividade. Fazer com que a técnica psicodramática esteja a serviço de uma atitude humanista, solidária, grupal, amorosa, participativa, compreendendo que cada um e todos são corresponsáveis pelo grupo/mundo. Sempre é necessário buscar as raízes de nosso Sociopsicodrama, de nossa Socionomia. Árvores sem raízes, edifícios sem fundações sólidas, métodos psicoterápicos apenas práticos, necessitam de escora, de apoiar-se em mais alguma coisa. Nossa Socionomia tem raízes, tem fundações, tem fundamentos, tem modos próprios de enxergar e atuar no mundo. Mas, nós é quem precisamos acessar essas raízes, sempre e sempre. São elas que nos possibilitam o salto criativo, o Role-Creating, a criação no papel, e não apenas a aplicação bem feita de técnicas conservadas.
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
segunda-feira, 19 de setembro de 2022
O Encontro
Se há palavra associada ao Sociopsicodrama, à Socionomia, à Sociometria, ou seja à toda a obra de Moreno, essa palavra é encontro. Em geral, quando nós escrevemos o fazemos assim Encontro, com a maiúscula inicial. Talvez porque, como dizia o Poetinha Vinícius, "A vida é a arte do Encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". Pela vida há encontros, esbarrões, conhecimentos. O Encontro não é apenas o ato de duas pessoas se encontrarem, eventualmente, num lugar qualquer. Por isso a inicial maiúscula. O Encontro Moreniano é quando duas pessoas, num dado instante, harmonizam suas vidas, suas histórias não contadas e contadas, suas vozes, sua complementaridade em ação. Esse Encontro é de duas existências, dois viveres, dois sentires, dois perceberes, dois agires. Não é um esbarrão. Por isso, quando acontece, se acontece, é tão pleno para quem o vive. Pode até ser outro nome para amor, não saberia diferenciá-los, mas sinto haver uma diferença, embora não consiga agora torná-la explícita. Os encontros e desencontros são constantes e até regulares. Mas, os Encontros são peças raras em nossa mala de sentimentos. E para ele acontecer, não sendo programado nem programável, o que ele precisa é que se deixe acontecer. Haja Morenianamente a Espontaneidade para deixar fluir essa possibilidade humana tão preciosa. O Poetinha tinha razão; É uma Arte esse tal de Encontro.
quarta-feira, 7 de setembro de 2022
Alma Psicodramática
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