sábado, 17 de maio de 2025

Refletindo

 Há algum tempo vem pairando a ideia de escrever sobre a questão "reborn". Como gosto de fazer, comecei pela palavra em língua inglesa. "Reborn" significa "renascido/a em Português. Portanto, tratar-se-ia de dar um novo nascimento àquilo que houve, mas, já não há. Seria a eterna busca pelo par da relação (prole, cônjuge, ídolo) que haja morrido, de um contato, mensagem, afeto qualquer. Repor a falta, o vazio. Usado atualmente refere-se a um objeto criado especificamente. Uma colega psicodramatista, @Ivna, fez uma postagem recente que me levou a essa escrita. E como o Psicodrama (todas as ações socionômicas) tratam de relações, Psicodrama é relacional, é um tópico interessante. Relação desde sua origem latina significa narração, conexão, associação. Em um sentido material, conectar dois polos de uma bateria é colocá-los em relação. Dizer que um vírus X está relacionado com menor expectativa de vida é associar o vírus á tempo de vida. Não há nenhuma pressuposição de escolha entre os membros da equação. Não há desejo nem escolha entre o vírus e a vida, entre os polos de uma bateria. Há apenas uma ligação. Mas quando dizemos que alguém está se relacionando com alguém, o que estamos dizendo (ou a dizer, como dizem meus amigos portugueses)? Que há uma ligação bilateral, de ida e volta, entre os dois participantes dessa relação. Relação, em termos afetivos pressupõe o querer do outro, que o outro também escolheu estar na relação. Em termos psicodramáticos, uma relação em que os membros estão "juntos na mesma estrada' (música de Renato Teixeira), vendo-se e sentindo-se com a mesma interesse, o mesmo sinal de agrado ou de desagrado. Há um provérbio que diz "quando um não quer, dois não brigam". Psicodramaticamente, diríamos "quando um não quer, dois não ficam". Portanto,  um dos aspectos de uma relação com uma pessoa real é que existe essa pessoa. Existe com seus quereres e não quereres, com as escolhas pessoais do outro. Existe o outro. Existem as escolhas do outro. Assim, uma relação sadia envolve uma escolha télica, bilateral. Se fossem tomados, dentro de um processo psicodramático, como um objeto intermediário que levasse a uma posterior construção de outros vínculos, estaria no caminho terapêutico. Entretanto, a falsa relação com o reborn ela é consigo, com suas fantasias, seu único e exclusivo querer, e nela fechada.  Não há uma relação entre dois seres, não há o outro. A relação que há é de si para si. Uma relação em corredor em que nas duas pontas está a mesma pessoa. 

Obrigado, @Ivna.

domingo, 11 de maio de 2025

Dia do papel de Mãe

   Hoje é Dia das Mães. Ou o Dia do Papel de Mãe. Pensando em termos psicodramáticos (socionômicos) o papel de mãe surge da relação com pessoas em que há os atributos de continência, aceitação, limite, disciplina, incondicionalidade do afeto e, sobretudo, magia de fazer da imaginação uma  ferramenta de cura e resolução de problemas. É uma relação assimétrica entre os papéis - o de filho/a e o de mãe. Acolhimento de uma lado do papel e necessidade no outro lado dessa relação. Mas nesse papel materno cabem atores mães biológicas, mulheres, homens, amantes, amigo, profissionais de qualquer área. A função de acolhimento versus necessidade é a fundante no papel de psicoterapeuta, por exemplo. Pais podem e devem ser mães. Hoje é dia do papel materno, dia da mãe que cada um pode ser na sua relação com o outro.

Postagem em destaque

E assim é.

Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...