Pensava outro dia numa expressão hinduísta para se referir à deus: Neti, Neti. Que significa "não é isso". Ou seja a definição é dada por uma negativa: o que quer que se pense não é isto. E pensei que poderíamos aplicar esse tipo de expressão para falarmos de Espontaneidade. Espontaneidade não é algo. Não é isso. Não é fazer qualquer coisa, não é fazer o que se dá na telha, não é ser impulsivo, não é desconsiderar os outros para exercer a própria vontade. Não é isso. Nem nada que se pense. Mas, então como compreender a espontaneidade? Como se ter um conceito para espontaneidade? Se não é nada disso que possamos pensar, que precisaria não existir para ocorrer a espontaneidade? Talvez sejam as inúmeras e infinitas restrições que nos impomos e nos impõem. Quanto menos delas mais estará disponível o estado espontâneo. Por isso buscar espontaneidade seja tão infrutífero. Para se ser mais espontâneo não é fazendo coisas, mas deixando de fazer, deixando de exercer esse julgamento crítico tão ferrenho, cruel e injusto. Aí o estado espontâneo pode por-se à mostra, deixando à criatividade a função de escolher a melhor resposta dentre todas, agora disponíveis.
sábado, 25 de agosto de 2018
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