Há palavras que, quando usadas por uma determinada pessoa em determinada situação, definem um autojulgamento. Penso em duas nesse momento: Fracasso e traição. Já as escutei em inúmeras situações, clínicas e não-clínicas. E em todas, ao usar essas duas palavras, tenho a nítida sensação e compreensão, que as pessoas que as usaram já fizeram sua autocondenação. "Trair não me incomoda". E por que usa a palavra? "O fracasso não é o fim". Mas já houve o instante em que julgou-se fracassado. No primeiro caso, a palavra traição, ela traduz para quem a usa a clara declaração que falhou num compromisso. No segundo caso, fracasso, quando se usa essa palavra tem-se nitidamente uma visão de mundo maniqueísta, linear, polarizada. Há fracasso porque se pretendeu sucesso. Por isso, no Psicodrama, a possibilidade do Duplo/Dublagem, quando o egoauxiliar, lastreando-se na postura física do protagonista, no desenrolar da cena e no co-inconsciente grupal, "dubla", introduz outra texto naquela cena, trazendo à tona o "fracasso" ou a "falha no compromisso", por exemplo. O Duplo/Dublagem, não é um sacada, um chute, uma interpretação, não é a opinião do egoauxiliar ou Diretor, não é lição de moral. É, talvez, a técnica mais difícil de ser exercida no nosso Psicodrama.
domingo, 24 de fevereiro de 2019
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Zen
Este instante nunca existiu. Tudo é sempre a primeira vez. Se já houver ocorrido mil vezes ainda assim essa será a milésima primeira vez. Isso me ocorreu durante uma meditação zen. E tomando esse pensamento como pano de fundo percebo que essas frases definem o que é o estado de espontaneidade.
domingo, 10 de fevereiro de 2019
Estratégia e tática
Em outro post escrevi sobre o Que e o Como. Naquele escrito usei a imagem de conteúdo e embalagem, respectivamente. Usando palavras mais sofisticadas (pelo meno em sua aparência) falaremos, então, de estrategia e tática.. Estratégia é o Que de nossa ação, aquilo que almejamos alcançar, o nosso objetivo, o caminho geral do ponto de inicio ao fim. Tática é o Como, tudo que fazemos para, diante de cada dificuldade ou mudança de cenário, fazer a estrategia acontecer. Para o enxadrista russo Tartakower "tática é saber o que fazer quando há o que fazer". E o Psicodrama/Teatro Espontâneo que tem com isso? É que poder ser um bom tático precisa haver espontaneidade e criatividade. Sem elas acontecerá repetições e ações automáticas inadaptadas à mudança de situações. É como em uma batalha prepara para acontecer em um verão e uma mudança súbita de temperatura ser enfrentada com o mesmo uniforme leve de verão. E isto realmente aconteceu na segunda guerra mundial, O que faz com que não vejamos ou possamos mudar nossas ações e atitudes diante de cenários diferentes ou alterados? Múltiplas coisas. Medo, hierarquia autoritária, insegurança. Com certeza mais coisas haverá. Mas todas confluem na diminuição ou extinção da dupla espontaneidade/criatividade resultando numa atitude, comportamento, vida cristalizada, automatizada. Ou seja, olhando pela visão psicodramática, a diminuição da criatividade/espontaneidade resulta e, múltiplas. Pode haver a vontade da estrategia determinada, mas sem disponibilidade para alterações táticas no viver de cada um.m cristalizações
domingo, 3 de fevereiro de 2019
Embalagem e conteúdo
Quando estamos lidando com pessoas há coisas que facilitam ou atrapalham. Uma delas é a diferença entre o QUE e o COMO. O Que é o conteúdo que queremos transmitir, é a mensagem em si. O Como são os modos diversos e diferentes que existem ou podem existir para manifestar o conteúdo. Todo o Psicodrama/Teatro Espontâneo leva em conta, essencialmente, essas duas situações: ajudar a aflorar os conteúdos não manifestos ou não tão claros juntamente com o experimento das formas mais adequadas à sua finalidade.
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