Há palavras que, quando usadas por uma determinada pessoa em determinada situação, definem um autojulgamento. Penso em duas nesse momento: Fracasso e traição. Já as escutei em inúmeras situações, clínicas e não-clínicas. E em todas, ao usar essas duas palavras, tenho a nítida sensação e compreensão, que as pessoas que as usaram já fizeram sua autocondenação. "Trair não me incomoda". E por que usa a palavra? "O fracasso não é o fim". Mas já houve o instante em que julgou-se fracassado. No primeiro caso, a palavra traição, ela traduz para quem a usa a clara declaração que falhou num compromisso. No segundo caso, fracasso, quando se usa essa palavra tem-se nitidamente uma visão de mundo maniqueísta, linear, polarizada. Há fracasso porque se pretendeu sucesso. Por isso, no Psicodrama, a possibilidade do Duplo/Dublagem, quando o egoauxiliar, lastreando-se na postura física do protagonista, no desenrolar da cena e no co-inconsciente grupal, "dubla", introduz outra texto naquela cena, trazendo à tona o "fracasso" ou a "falha no compromisso", por exemplo. O Duplo/Dublagem, não é um sacada, um chute, uma interpretação, não é a opinião do egoauxiliar ou Diretor, não é lição de moral. É, talvez, a técnica mais difícil de ser exercida no nosso Psicodrama.
domingo, 24 de fevereiro de 2019
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