terça-feira, 19 de abril de 2022

Rir de, Rir com

Conversando com uma psicodramatista (Penha) sobre um post dela, escrevi essa frase: rir com não é rir de. Escrevi, porque é o meu jeito de pensar. Mas, também fiquei refletindo. Quando as pessoas estão em um agrupamento há sempre quem diga "não  gosto de me expor, vou só observar". Expor-se é sentir-se no centro das atenções, ficar na berlinda. Depois do aquecimento inespecífico em que o então agrupamento torna-se grupo, acontecem jogos dramáticos, dramatizações, catarses, e, ao fim, quando compartilhamos os, já agora, membros do grupo, sentem-se exatamente isso: partes de um todo grupal. E, ao se perguntar, qual a diferença desse momento  para o inicial, aquelas pessoas que haviam externado o medo de se expor e, entretanto, foram protagonistas das ações dramáticas, dizem, "agora foi diferente,  eu nem me percebi exposto". O que aconteceu? Mágica: não. Para haver exposição ou sentimento de estar exposto é necessário que haja um que olha e um que é olhado, um de fora olhando e um de dentro sendo olhado. Ao se promover o aquecimento, ao se grupalizar, ao se transformar um agrupamento em um grupo, deixa de haver a dicotomia eu e o outro. Jamais será "rir de". Será sempre rir com, chorar com, ter raiva com, ter carinho com. O Grupo é Nós.

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