Como fica a vaidade humana na pele do Diretor de Psicodrama, condutor de grupo? Há um sinônimo que é fatuidade, cuja definição, "qualidade do que é efêmero, pouco importante", talvez explique melhor nosso problema. O Diretor/condutor de um grupo é o primeiro membro do grupo a estar presente, é o membro do grupo que se torna o ponto focal para o aquecimento grupal, organizador, produtor e analista do grupo. Portanto, um papel essencial, fundamental. Mesmo em grupos autodirigidos, alguém se destaca, por estar mais aquecido, para lidar com a situação. Nesses grupos autodirigidos apenas não há o papel previamente determinado, de diretor. Mas o papel existe. Quando me refiro à vaidade, fatuidade de quem exerce o papel de Diretor grupal psicodramático, estou-me referindo ao poder inerente à função. É um poder efêmero, mas não é pouco importante. Penso ser sempre necessário a quem conduz grupo ter em mente isso: Não se deixar levar pelo brilho, poder ou, simplesmente, prazer em manipular o grupo. Moreno foi sábio quando insistiu em que o Diretor faz parte do grupo, é atravessado pelas mesmas correntes daquele grupo. O que o coloca no papel de Diretor, e o mantém, é estar diferenciado o suficiente para perceber todas as nuances de fluxo, contrafluxos, ocultamentos, dificuldades, expressas pelos membros do grupo e pelo próprio grupo. Esta postura crítica e diferenciada em relação a si, deixar-se ser atravessado e perceber o atravessamento, ajuda a ser o contraponto da natural vaidade humana. E isso, além do Psicodrama, também se refere a todos os outros grupos humanos.
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
sábado, 13 de agosto de 2022
Psiquiatria e Psicodrama
Quando uso um adjetivo, sua função é a de delimitar e qualificar um substantivo. Um navio verde não é todos navios, é apenas o navio verde. Quando digo que sou Psiquiatra Psicodramatista, não estou dizendo que sou Psiquiatra E Psicodramatista, dois substantivos separados. Estou dizendo que ao modo de exercer o papel de psiquiatra agrego um modificador, um qualificador: Psicodramatista. Todos os papéis sociais têm um denominador coletivo e um diferenciador subjetivo. Neste caso o diferencial é a atitude, o olhar psicodramático.
sexta-feira, 5 de agosto de 2022
Analogia
Fernando Pessoa diz em Mensagem que o "O mito é o nada que é tudo". Pegando essa afirmação talvez possamos dizer que uma analogia é um nada que é tudo. Analogia é uma relação de proporcionalidade que, entretanto, só existe nessa relação proporcional. "Uma tampa de caneta está para uma caneta assim como um chapéu está para uma cabeça". Essa é a parte desenvolvida da analogia "cadê minha tampa de minha cabeça" ao procurar meu chapéu. Exemplozinho meio fajuto, mas talvez, dê para entender. Não há nenhuma relação concreta e real entre tampa e chapéu. São coisas diferentes. Mas, ao estabelecermos uma analogia, criamos uma relação que é real enquanto dure. No Psicodrama e todas as atividades socionõmicas, as dramatizações são analógicas. Elas não são "reais'. Ali, no palco, durante a cena, se estabelece uma relação de proporcionalidade, de analogia, entre o que houve, entre o que se teme, e aquela cena. E nesse momento faz sentido. Há uma verdade poética, como dizia Moreno. A cena psicodramática é "um nada que é tudo".
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