Ter uma doença, sentir-se doente, ser doente. Acredito não serem a mesma coisa. Ter uma doença, ter um déficit, ter uma privação qualquer, é algo da vida. Sentir-se doente, sentir-se incapacitado é algo do reino do vivenciar. Mas ser doente é um papel na vida de muitas pessoas. Um papel que se cristaliza e mantém-se cristalizado congelando o ser humano em um único personagem de um único papel. Embora, paradoxal e humanamente, ao cristalizar-se nesse papel de doente o ser humano adquire uma certa paz, uma certa tranquilidade. Não mais será cobrado ou se cobrará enfrentar e lidar com os desafios do crescimento, da transformação ou de sua melhoria. Nada mais se espera dele, nada mais se deseja dele. Uma paz do nada, uma paz do vazio, uma paz do zero. Paradoxal e humanamente, crescer, desenvolver-se, escolher, decidir, agir, são passos e expectativas que se tornam tão pesadas que a paz niilista do ser doente torna-se atraente. Esse papel de doente talvez seja o nosso maior desafio ao lidar com alguém em psicoterapia.
terça-feira, 28 de novembro de 2017
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