Em
um apontamento de Fernando Pessoa, por ele atribuído a Ricardo
Reis, ele diz que Poesia não é um derramamento de emoção mas sim
a emoção submetida à disciplina do ritmo e da métrica. Em outro
poema - Isto – ele diz: “Dizem que finjo e minto tudo o que
escrevo. Não. Eu
simplesmente sinto com a imaginação.
Não uso o coração”. Não vejo melhor definição de Teatro
Espontâneo. O protagonista sente com a imaginação e tem sua
emoção sob a disciplina do ritmo e da estética. Este é o
antídoto do espontaneísmo e da impulsividade histriônica. .Em
“Autopsicografia” diz Pessoa: O poeta é um fingidor. Finge tão
completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve, na dor lida sentem bem. “Não
as duas que ele teve, mas só a que eles não têm.”
O protagonista finge a dor que tem e estas são as suas duas dores:
a sentida e a dramatizada. Os participantes, quando não aquecidos,
não envolvidos,
sentem apenas a que eles não tem. Em
Medicina, quando se fala de alergia, há o conceito de Atopia:
pessoas que, diante de estímulos comuns, de intensidade pequena,
reagem de forma brusca e excessiva. O olhar poético é o olhar
“atópico”. O poeta reage de forma marcante e profunda diante de
estímulos banais ou simples ou comuns. Diante do grave, do pesado,
todos reagem, mas diante do já visto e não enxergado, só o poeta.
Mário Quintana diz: “O poeta não lê poesia. O poeta lê os
classificados”.
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