domingo, 23 de setembro de 2018

TE: PD + SD

O que o Teatro Espontâneo (TE) tem a contribuir para a direção do Psicodrama (PD) e do Sociodrama (SD)? O que difere entre dirigir um TE ou um PD ou SD? O grau de espontaneidade do diretor. Começando pelo começo: Psicodrama (PD) é Teatro Espontâneo (TE). Sociodrama (SD) é Teatro Espontâneo (TE). Axiodrama é Teatro Espontâneo. Psicodrama é o TE aplicado a uma história pessoal no âmbito clínico. SD é o TE aplicado a um grupo construído por seus papeis sociais. Axiodrama é o TE aplicado à questões éticas. O Teatro Espontâneo é o grande guarda-chuva que acolhe todas essas aplicações dele. Se assim pensarmos e assim agirmos porque difere o exercício da direção entre o condutor de TE e os outros? O grau de Espontaneidade dele é uma das diferenças. O olhar estético, da forma da cena, é outra diferença. O preparo em palco do membro de grupo/ator é outra. A atenção ao grau de aquecimento contínuo do grupo talvez seja outra. Por isso, fazer TE não é apenas fazer TE. É habilitar o diretor Socionômico a um melhor e mais rico e mais eficaz desempenho de seu papel em quaisquer das formas de aplicação da Sociatria.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O que, como e para que. Por que, não.

Talvez a pergunta mais frequente de todos quando diante de uma situação turva ou não compreendida seja POR QUE. Pode ser diante de uma cena corriqueira, cotidiana, em dialogo de rua; pode ser no âmbito de uma psicoterapia; pode ser diante de uma notícia qualquer; e pode ser em palco, em uma dramatização. Vamos pensar um pouco. Quando se pergunta a alguém Por Que, a maior possibilidade é que a resposta seja Não Sei. Outra grande possibilidade seria dar-se uma resposta habitual, costumeira resposta, à pergunta frequente. E a outra seria, simplesmente, dar-se uma resposta qualquer para bloquear a pergunta. Em Psicodrama, Teatro Espontâneo, fazer essa pergunta, Por Que, é conduzir a um beco sem saída cênico. Essa questão imobiliza, congela o desdobramento, o deslanchar da cena. Remete ao passado já passado. E que perguntas seriam perguntas mobilizadoras cenicamente? O Que, Como e Para Que/Quem. São perguntas dirigidas à ação no palco. São perguntas que saem do lugar comum. São perguntas que focam a atenção do protagonista, do grupo, no presente, no aqui e agora. Por Que é reducionista, paralisante e de resposta conservada. O Que, Como, Para Que/Quem são perguntas que propõem cenas. That´s all, folks.

sábado, 8 de setembro de 2018

companhia, companheirismo

Outro dia conversando com uma paciente apareceu uma dicotomia inesperada. O seu parceiro era uma excelente companhia, mas não era companheiro. Após o termino da sessão fiquei refletindo. Ser companheiro/a, ser companhia. Ambas têm sua etimologia na palavra pão, panis: o que compartilha o pão. Então o  que difere? o que faz a diferença? Vamos pensar.  O que seria uma companhia? Alguém que compartilha socialmente, alguém que tem uma boa conversa, alguém que topa tudo para se divertir, alguém que convive fácil em todos os círculos de amizade. E o que seria ser companheiro/a? É estar ao lado, alternando e invertendo papeis, é poder sentir o outro com a mesma sinalização afetiva, é, enfim,  poder desenvolver uma relação télica. Então, a companhia é  reconhecida no universo social O companheirismo é reconhecido numa relação de proximidade afetiva.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Falta de ideias

Quando pretendemos escrever e as ideias não vêm lembra e sugere uma situação que acontece, com frequência, na direção psicodramática e de teatro espontâneo: quando o condutor, no curso da direção, percebe-se com um vazio de ideias ou de linhas de ação. Esse é um momento que pode ser angustiante e paralisante, pode levar a direção a um desastre na ação psicodramática. Mas, o que paralisa o diretor? Será a falta de ideias, apenas? Ou será, e provavelmente é, a angústia de estar perdido, de sentir-se perdido, de ser cobrado pelo grupo, de se sentir obrigado a carregar o grupo nas costas, de se sentir o único responsável por tudo o que acontece? A onipotência termina por conduzir à impotência. O Diretor em Psicodrama é "um membro do grupo em papel diferenciado". Ele também é parte do grupo e não o dono do grupo. Ele, sim, o metrônomo, o que dá o ritmo ao grupo. Quando ele se sente perdido pela impotência ao não compartilhar com o grupo seu momento de vazio de ideias, sua perda da condução rítmica leva o grupo a uma desorganização e desaquecimento. Em falta de ideias o melhor é pedir ajuda aos "universitários", o nosso grupo.

Postagem em destaque

E assim é.

Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...