Há expressões que se consagram e são usadas repetidamente sem que se pense muito se elas são ou não razoáveis. Uma delas é "zona de conforto". Geralmente é dita assim: "ele está na zona de conforto dele e não quer se arriscar". Vejamos o uso da expressão "olho do furacão" como sinônimo de estar-se em situação difícil. Pensemos: o que se chama de "olho do furacão" é a zona central de um furação onde momentaneamente nada acontece, há um céu azul, pleno, calmaria e águas tranquilas, antecedendo a virada brusca do tempo. Portanto "olho do furacão" não é apenas uma situação difícil, é uma situação que se apresenta tranquila momentos antes do desastre. E "zona do conforto"? Será que quem usa essa expressão sente-se, realmente, confortável? ou será que quem usa sente-se, de verdade, no "olho do furacão"? Ou seja, quem diz estar numa "zona de conforto" claramente percebe que está no "olho do furacão". Sabe que a merda virá, mas insiste em olhar para o céu azul e o tempo, atualmente, bom? Uma das possibilidades psicodramáticas de criar cenas de futuro é dar ao protagonista de ver o que insiste em não ver. Por temor de mudar cria uma expressão aparentemente reconfortante. "Zona de conforto"? Pois sim!
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