sábado, 11 de maio de 2019

Para que um título?

Fui convidado para uma atividade aberta na ABPS de São Paulo. E aí me foi pedido um título para o trabalho. E aí mais uma vez me deparo com algo que me deixa pensativo. Para que serve um título para um trabalho qualquer? Serve, penso, para que quem o leia já inicie seu aquecimento para a atividade, muitas coisas começam a passar pelo leitor. Favoráveis ou não. Mas todas servem para um aquecimento ainda no tempo da leitura do título. Assim, desse ponto de vista, um título é o início de um aquecimento. Bem feito ou mal feito. Então o título deve conter elementos instigadores ou inusitados ou surpreendentes ou estranhos. O que for. Mas sempre não banais nem repetitivos. Então, o título para a plateia, para o leitor, para o curioso, é sempre um aquecimento ou desaquecimento. Mas, há outro angulo que me deixa pensativo. O título para o condutor de Psicodrama/Teatro Espontâneo pode ser um enorme limitador da criatividade. Obrigar-se (eu escrevi obrigar-se!) a seguir um título planejado que corresponde a uma expectativa, a um plano, pode desconsiderar gravemente o movimento grupal, aquilo que se inicia e se desenvolve quando o grupo está se construindo. Quando uma atividade psicodramática se inicia algo novo se constrói.
"Todo começo é involuntário". Fernando Pessoa

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