quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

papéis e papéis

 Há no Psicodrama, na teoria Socionômica, um conceito central derivado do teatro. O conceito de papel. Para o Psicodrama as pessoas se relacionam por meio de papeis que atuam na vida. Portanto, papel é um conceito relacional. Quando se estabelece um vínculo, ele acontece entre papeis. Sendo assim, os papéis que desempenhamos na vida são múltiplos. Tantos quantos os vínculos que estabelecemos. E são dinâmicos. Nós entramos e saímos dos papéis durante nosso tempo de relacionamento. Um pai é pai quando há seu papel complementar, o filho. Um professor o é, ao se relacionar com estudantes. Um médico é médico na relação com um paciente. Um psicoterapeuta é psicoterapeuta na relação psicoterápica. O mesmo com psicólogo ou quaisquer outros papéis sociais. Consideramos, no Psicodrama, na Socionomia, que a cristalização de um papel, sua persistência em todos os vínculos, é uma patologia do papel. Sou psiquiatra e psicodramatista quando me relaciono com pacientes ou com os temas psiquiátricos e/ou psicodramáticos. Mas, também, sou torcedor do Bahia, rosacruz, amigo de amigos, colega de colegas, amante de vinho, pai, marido, avô, tio, irmão e, ainda bem, muitos outros papeis que traduzem outros tantos vínculos. Não sou psiquiatra em toda conversa de mesa de bar, não sou sou psicoterapeuta com quem não me escolheu para sê-lo. Um ser humano é, sempre, sadiamente, ator de múltiplos papéis.

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Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...