segunda-feira, 31 de maio de 2021

Parto e conforto

 Escutei de uma paciente em consultório: "Estou num útero, mas me sinto solitária!"  E lembrei-me de uma observação de Moreno sobre o nascimento em que ele diz que o estar no útero até um ponto é necessário e confortável para o feto, mas, ao crescer e desenvolver-se, o espaço diminui, a opressão aumenta. Aí o nascimento é a grande saída, a alegria do Espaço. Então, para Moreno o nascer não seria um ato de expulsão de um conforto e, sim, a abertura para o crescimento. E, também, lembrei-me da expressão "zona de conforto". Que nunca é sentida como confortável. Há vários e contínuos nascimentos em nossa vida. Em que precisamos de acolhimento , proteção, mas que o crescimento e desenvolvimento vai produzindo a mesma sensação do feto perto das 40 semanas. É a isto que as pessoas chamam de "zona de conforto". Já não é mais confortável, já não é mais proteção. Já é aperto, opressão, angústia. Para o Psicodrama, cada dramatização se comporta como novos e sucessivos nascimentos.

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