segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Tempo. Outra vez

Voltando à questão do tempo em Psicodrama. O tempo cronológico, o Chronos grego, o tempo marcado pelo relógio, é o intervalo entre dois acontecimentos, O tempo vivencial, o Kairos grego, o Momento Moreniano, é o estado de vivenciamento pleno de uma situação. Por isso, há frequentemente, uma distorção, entre a suposição de tempo decorrido em um Momento Moreniano e o que o relógio marca. "Puxa, só foram 40 minutos, pareceu muito mais, foi tão bom!". Ou o seu inverso "Só tem quinze minutos dessa aula? Parece um século!". As relações humanas não podem ser formatadas numa única exigência: precisa-se de tempo (cronológico) para isso acontecer. Para se conhecer bem algo, para se alcançar um ápice terapêutico, para se vivenciar uma relação profunda a duração não é o critério fundamental. Uma psicoterapia não será, necessariamente, melhor porque já dura há 20 anos. E o que acontece em menos tempo cronológico, não será necessariamente pior ou mais superficial. Esse é o cerne do problema. O tempo cronológico pode ou não ser profundo. O tempo Kairós, o Momento Moreniano, será sempre profundo e significativo. nas psicoterapias vivenciamos o tempo cronológico, já que há um horário a ser cumprido. mas, também, experimentamos, por vezes, Momentos em que atingimos o alvo afetivo e cognitivo. Em que o significado e valor daqueles poucos instantes cronológicos têm tanta repercussão vital. E nas relações afetivas o mesmo ocorre. 

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