Há tempos venho refletindo sobre o uso do adjetivo. Não, não será algo gramatical. Mas, ao fato de que há tempos o adjetivo passa a compor palavras que se referem a coisas antigas, tradicionais ou já estabelecidas. Algo como neo psicodrama, psicanálise concreta, pilates estrutural. Acho que dá para entender. A justaposição de um adjetivo dá uma aparência (apenas aparência) de novidade, coisa fresca, distinta de coisas antigas e ultrapassadas. É comercial, vende a ideia, compra-se a ideia. E a fila anda. Mas, onde está a consistência? Onde está o fundamento? Para o Psicodrama Moreniano, para Moreno, originalidade não é o mesmo de novidade. As novidades podem não ser originais Embora o original seja uma novidade. Confuso o meu pensamento? Vamos indo. Novidade refere-se à temporalidade, ao mais novo no tempo cronológico, ao mais recente. Tal como os modelos novos da marca da maçã. E originalidade? Essa tem a ver com origem, a partir dela algo se origina. A criação original dá origem a um novo caminho. A criação nova é apenas, e quase tão somente, uma maquiagem de algo mais antigo. Novidade é uma forma comercial de vender algo antigo ou tradicional em uma embalagem nova. Isso é fato de marketing. Mas, para nós, profissionais da área psicoterápica ou médica? Qual o nosso risco e o risco de quem compra a ideia da novidade ser necessariamente melhor que aquilo mais antigo no tempo? O risco é aquilo que já mencionei. A falta de fundamento e consistência. O Psicodrama nasceu no século XX, em sua primeira metade. Estamos centenários. E há muita coisa nova, novíssima, quase que anual. E nós? Em lugar do desespero, talvez o aprofundamento. o voltar às raízes, o apropriar-se verdadeira e existencialmente dos conceitos psicodramáticos, criados e e tornados sólidos ao longo do tempo. Voltar ao substantivo, à coisa-em si. O substantivo é duradouro, o adjetivo é circunstancial. Psicodrama é um método substantivo, tem substância, tem solidez, tem consistência. E é centenário.
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