domingo, 1 de janeiro de 2017

Remédio, Psicodrama...

E numa entrevista inicial, numa consulta psiquiátrica habitual? Pode haver o Psicodrama? Pode haver uma visão Socionômica da relação psiquiatra - paciente? Pode o Psicodrama/Teatro Espontâneo/Socionomia estar presente numa relação médica? Sem haver dramatizações? Pode. E há. O fundamento socionômico da Socionomia (Psicodrama) é que o ser humano é um ser em relação. O fundamento do Teatro Espontâneo (Psicodrama) é que histórias compõem a vida e que construir histórias, atuá-las e reconhece-las é ação dos atores sendo a plateia grupal parte constituinte da cena. Numa consulta psiquiátrica clínica são dois  (ou mais) personagens em cena. E dentro deste grupo (de dois ou mais atores, presentes ou virtuais) desenrola-se uma cena. Ao Psiquiatra cabe o papel equivalente ao de Diretor em Psicodrama ou Teatro Espontâneo. Ele tem que acolher, aquecer, ajudar a tornar relevante a trama, compor as personagens, ajudar ao protagonista (paciente) a VER sua história, sua cena. A medicação prescrita, havendo a necessidade dela, é o nosso ego-auxiliar químico. Tal como o ego-auxiliar no Psicodrama, aos atores de Teatro Espontâneo, o remédio será a ponte entre o Psiquiatra  (Diretor) e o Paciente (Protagonista). A medicação prescrita poderá ajudar a tornar viável o aparecimento ou desvelamento da personagem. Tal como o ego-auxiliar sua participação necessita ser precisa, na dose/atuação suficiente para compor o personagem complementar. Necessita, tal como o ego-auxiliar, ter a potencia de ação específica (Espontaneidade) junto com clareza do seu papel. O ego-auxiliar entra em cena sempre dentro de um papel, de uma personagem. Assim o remédio. Nem o remédio nem o ego-auxiliar são os protagonistas. O Protagonista é o Paciente.

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Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...