sexta-feira, 18 de agosto de 2017

a lebre e a tartaruga

Será procurar e achar verbos e ações equivalentes? Haverá pessoas que procuram e outras que acham? Haverá situações em que procurar poderia ser substituído pelo achar? "Uma tartaruga sabe, mais do que a lebre, falar da estrada". Um provérbio chinês (esse é mesmo chinês). A lebre sai do ponto de saída e vai direto e rápido ao ponto de chegada. A tartaruga olha as margens da estrada. A lebre procura, busca. A tartaruga acha, encontra. A lebre sabe para onde vai, seu olhar está preso na linha de chegada. A tartaruga pode olhar em volta, pode olhar coisas diferentes antes da chegada. Quem procura tem muito claro o que quer, quem acha valoriza coisas que nem sabia que existia. Quanto mais rígida é a nossa forma de desempenhar nossos papéis, quanto mais cristalizado ele está, mais se parece com a lebre. Tal como a lebre se, porventura, a linha de chegada se deslocar, lá não estiver, for diferente do que supunha, do que imaginava, o caos se instala, a angústia aparece avassaladora, o desespero se torna dominante. Quanto mais nosso desempenho de papéis se torna flexível, espontaneamente flexível, mais se parece à tartaruga. E, como a tartaruga, a Espontaneidade possibilita que se enxergue coisas à margem da estrada. E, talvez, essas coisas possam se tornar o objetivo não buscado, mas encontrado.

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