terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Autonomia, independência

Há muito tempo escutei duas palavras que até então julgava ou sinônimas ou quase sinônimas. Autonomia e independência. Indo à etimologia das palavras. Autós, em grego, significa próprio; nomos, em grego, significa lei, norma. Assim, autônomo é aquele que faz as suas próprias escolhas, segue sua norma pessoal. Independente é aquele que não depende. Deixando o pensamento livre para brincar com os conceitos e palavras faço uma distinção. E esta distinção é muito importante em Psicodrama. Independência ou dependência tem a ver com os aspectos objetivos, segurança material, sustentação financeira. Nesse ponto de vista, depender ou independer se refere à capacidade de viver ou sobreviver por conta própria. Enquanto autonomia refere-se à capacidade de fazer escolhas, reconhecer as próprias normas, a sua própria lei. Em um ambiente psicodramático, seja ele clínico ou teatro espontâneo,é possível colocar no mesmo palco essas duas cenas. A capacidade objetiva e suas limitações para viver e sobreviver, de um lado. A viagem pessoal de descobrir suas escolhas, suas leis, do outro lado. O encontro das limitações à autonomia interna de escolha (perda da espontaneidade) com o reconhecimento das limitações à sobrevivência objetiva faz com que trabalhar-se a cena como um todo conduz, possa iluminar e propor experiências de adequação ou confronto produtivo.

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