Achei bom repetir.
Ouvindo um samba antigo de Paulinho da Viola, Dança da Solidão:
"Solidão é a lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão"
Ouvindo um samba antigo de Paulinho da Viola, Dança da Solidão:
"Solidão é a lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão"
Muitas imagens me ocorrem. Mas há uma especial. Desilusão e solidão. Des-ilusão. O desfazimento de uma ilusão. Havia uma ilusão reconhecida, mas não assumida. O desvelar a ilusão é sentido e expresso como desilusão. E seguindo o poeta Paulinho da Viola, esse desvelar revela a solidão oculta, embora existente. A ilusão é que seria a forma de velar, esconder a solidão. Solidão, ilusão, desilusão, solidão. E a roda gira e gira, sem parar. E solidão é diferente de estar só. O estar só é espacial. O sentir-se só, a solidão, é relacional, é a ausência ou fragilidade dos vínculos. Como diz Chico Buarque: “Os poetas, como os cegos, sabem ver na escuridão.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário