sábado, 12 de janeiro de 2019

Timidez, fobia social, arrogância, solilóquio

Outro dia vi uma frase atribuída a Homer Simpson: "A pressuposição é a mãe de todas as merdas". Além de engraçada, ela é verdadeira. Vejamos (proponho que você realmente veja!). Uma sala com muitas pessoas, alguém chegando atrasado, passando por todas as pessoas sem cumprimentar ninguém, sentando-se na primeira fila, olhando firmemente para a frente. Solilóquio de alguns presentes: "que cara arrogante"; "aargh! detesto essa pessoa, toda orgulhosa, não fala com ninguém!". "Esse aluno vai dar problema, não interage com os outros". Solilóquio de nossa pessoa alvo: "meu deus, quando esse inferno acaba, morro de medo do que eles estão pensando, fico paralisado, queria correr, queria ter o relaxamento deles". De um lado a pressuposição de arrogância, do outro lado a timidez, a fobia social. No Psicodrama, temos o recurso de solicitar o solilóquio de cada personagem que está em cena. Solilóquio é a expressão imediata do pensamento e sentimento, sem crítica ou reflexão. É simplesmente, ou não tão simplesmente, aumentar o volume do que se está pensando ou sentindo para que todos possam escutar o que se passa no interior do personagem. Isto evita a pressuposição, o julgamento, Moreno dizia que "nossa cabeça não é transparente". Ou seja, a única forma de saber é perguntando. No caso do Solilóquio é solicitar a expressão em voz alta do processo interior em tempo real, não como reflexão. Psicodrama tem coisas do arco da velha! (Ô frase antiga!)

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