quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Só, sozinho revisitado

 Assistindo ao filme clássico Fogo contra fogo, com os grandes Al Pacino e  Robert De Niro, há uma fal da personagem de De Niro: "I'm alone, but I'm not a lonely man". "Sou sozinho, mas não sou um solitário". E isso me pôs a pensar. Estar só, sentir-se só. Sozinho, solitário. Estados de espírito não iguais, muito diferentes. Estar só é algo espacial, geográfico. É não ter pessoas em volta. Apenas isto. Sentir-se só é outra coisa. Nada tem a ver com quantidade de pessoas. Sentir-se só é consequência  de uma pobreza relacional. Solidão é não ter vínculos com nada. Uma pessoa isolada geograficamente vive e sobrevive das certezas de seus laços afetivos, das lembranças e desejos. Sentir-se só, o estar em solidão, é reconhecer a inexistência, é sentir o peso da ausência de vínculos que o ancore com o mundo.

"Eu 'tava só, sozinho

Mais solitário que um paulistano

Que um canastrão na hora que cai o pano" 

Zeca Baleiro

"É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,

É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte"

 Fernando Pessoa

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