segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Tele. outra vez

há um conceito fundamental do Psicodrama que, em grande parte não é bem compreendido. É o conceito de Tele. Frequentemente vemos e ouvimos psicodramatistas usando Tele dessa forma: "Ele tem muita Tele". " A Tele dela é ótima". Usando-se o conceito como um atributo pessoal, uma qualidade que alguns têm e outros não. Tele é um conceito relacional. Só faz sentido falar dele dentro de uma relação vincular. Tele não é um atributo bom ou ruim. É algo da relação que permite aos vinculados percebem-se como mesmo sinal afetivo. Ou como se diz na Sociometria, são congruentes. Ou seja, se eu lhe percebo como uma primeira escolha e vc também me percebe como uma primeira escolha para uma determinada ação, isso é télico. Se vc me percebe como primeira escolha e eu lhe rejeito como escolha para aquela ação, isso é não congruente, não-télico. mas, também, se nós dois nos percebemos como não sendo , um para o outro, a escolha para aquela tarefa, isso também é télico, são percepções congruentes, há mutualidade. Então, quando há mutualidade nas escolhas (Sim-Sim, Não-Não) isso é uma relação télica. Se as percepções não são congruentes, não são mútuas, em presença ou intensidade, é uma relação não-télica. por que intensidade? Por exemplo, se após uma noite de festa em que alguém haja ficado com outra pessoa, na manhã seguinte um espera uma ligação e outro nem se lembra com quem ficou, é uma relação não-télica. Ou seja, naquele momento, dentro do critério "ficar em uma festa" os dois se perceberam como primeira escolha, télico, portanto. Mas, na manhã seguinte, alguém esperou uma relação duradoura e alguém não queria isso. Não-télico.

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