segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Noel Rosa

 Ouvindo "Feitio de Oração" de Vadico/Noel Rosa escutei este verso: "Sambar é chorar de alegria, é sorrir de nostalgia, dentro da melodia". A construção dessa letra por Noel coloca coisas paradoxais como possíveis e necessárias. mas agrega um fator limitador: "Dentro da melodia". Isto é uma metáfora maravilhosa (para mim!) para os conceitos de Espontaneidade, Criatividade e adequação à cena. No palco do Psicodrama  ou  do Teatro Espontâneo ou de qualquer outro atividade Socionômica, cabe qualquer cena, necessita-se que haja exploração de impossíveis, mas tem que ser "dentro da melodia". Melodia, música, improvisação, tem limites a serem cumpridos, até para serem ultrapassados. Pode-se atravessar uma parede, mas há que ter a parede. A nossa "melodia" no Psicodrama/Teatro Espontâneo corresponde à adequação à cena, à resposta que faz evoluir o ato. É esta toda a diferença entre espontaneidade criadora e o mero espontaneismo.  O espontaneismo é o simples e destrutivo "falar o que vem à cabeça" sem respeitar os limites da adequação à realidade, cênica ou existencial. A Espontaneidade Criadora  pode "chorar de alegria', pode "sorrir de nostalgia", mas sempre e sempre "dentro da melodia".

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