O Psicodrama, toda a família socionômica, é uma abordagem relacional. Portanto, pressupõe, como dizia Moreno, que somos seres em relação. E, para Moreno, essa relação se dava por meios de papéis. E papel, psicodramaticamente, é a forma com que cada um assume ao estabelecer a relação. E essa forma, esse papel, codifica um discurso, um gestual, uma forma de falar, tal qual o papel cênico. E, isto faz Moreno dizer, ser o papel a forma tangível do Eu. Ou seja, não acessamos o Eu do outro diretamente, mas, sim, intermediado pelo papel. Tangível é aquilo que pode ser tocado. O papel pode ser tocado. O Eu do outro, não. Então, haverá tantos papéis quanto vínculos que estabelecemos. Então, haverá pessoas com poucos papéis desenvolvidos, enquanto outras terão múltiplos papéis, múltiplos vínculos. Assim, no Psicodrama histórias psicodramatizadas sempre serão histórias relacionais, sempre explorando os papéis envolvidos, sempre pesquisando a gênese dos papéis. E se, naquela relação, a relação é télica ou não télica. Ou seja, relação télica é aquela em que os envolvidos se reconhecem como estando na mesma estrada, ou caminhando no mesmo sentido ou em sentidos contrários, mas, reconhecendo estar na mesma estrada. A relação será não télica quando estão em estradas diferentes e não sabem disto, ou então, estando na mesma estrada as percepções de encontro são diferentes: um está se distanciando e o outro o julga se aproximando.
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