Um comentário de uma amiga, Luiza Barros, numa postagem sobre as perdas recentes de ídolos musicais de toda uma geração, ela disse:"a tristeza será companheira de quem sobrevive". essa frase não me deixou dormir sem refletir muito. é verdade, o preço de estar vivo é ser testemunha de perdas. Há um conto antigo de Jorge Luis Borges em que ele fala do encontro com grandes figuras do passado que tinha ficado eternas. E essas figuras relatavam o quão duro é permanecer quando os nossos outros passam. Li, em algum lugar, que há culturas que consideram a morte apenas quando não há mais memória de quem foi, quando não há lembrança mais. Fernando Pessoa diz: "Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada". Ver, rever, lembrar, ter lembranças, recordar, para os que ficam é a forma e maneira de manter vivos os que que já não são. Ou estão. No palco do Psicodrama é possível lidar com as perdas, em tempo real, na realidade suplementar da verdade dramática, e estabelecer diálogos e ações impossíveis na realidade real. Os poetas falam dos que foram. O Psicodrama fala com quem está.
"Não tenho preferências para quando não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é" A. Caeiro/F.Pessoa
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