Como gosto muito de literatura policial, detetives, estava lendo outro dia e me deparei com uma frase em um livro despretensioso, de Chirovici; "Acredito que as coisas que não fizemos nos definem tanto quanto as que fizemos. Aí, para variar, minha cabeça de videoclipe, associou a uma frase de Fernando Pessoa, em seu heterônimo Bernardo Soares, no Livro do Desassossego: "A renúncia é a libertação. Não querer é poder". Como se não fora bastante, lembrei da chamada Confissão de Maat, no julgamento dos mortos no Antigo Egito que são 42 negativas de ações, afirmações sobre atos que não foram praticados, P. Ex " Eu não pequei. Eu não roubei com violência. Eu não furtei. Eu não assassinei homem ou mulher". Chico e Ruy Guerra na versão de Impossible Dream, dizem "Negar quando é fácil ceder",. Lembrei da desobediência civil de Thoreau, da recusa ao ato violento da Ahimsa Hindu. Ou seja, essa reflexão me pôs na direção da minha vida. Não posso me autodesculpar ou desculpar-me perante os outros por ter sida obrigado a fazer algo. Sempre há a possibilidade da recusa, do não libertador, do não fazer. Claro que todos essas negações têm preço. E alto. Há que se aceitar o preço a ser pago, aceitar a renúncia para haver libertação,
"Quando tomamos consciência de nosso papel, mesmo o mais obscuro, só então somos felizes. Só então podemos viver em paz e morrer em paz, pois o que dá um sentido à vida dá um sentido à morte". "Terra dos homens" Antoine de Saint-Exupéry
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