segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Ah, a música!

 Realizamos uma atividade aberta para o Congresso Iberoamericano de Psicodrama. O tema era "A Ponte e a Ilha". A trilha sonora era sobre isso, mas a música que se revelou o tema protagônico foi de Lenine e Lula Queiroga, A Ponte. Nela há há três versos, entre tantos, que nos chama a atenção psicodramática. Uma é "Como se faz para lavar a roupa? Vai na fonte". Outra "A ilha é uma maravilha, mas como se faz para sair da ilha? Pela ponte". E o terceiro, "A ponte não é para ir nem para voltar, é somente para atravessar". Esses três versos são o resumo do Psicodrama. O primeiro, referindo-se ao óbvio ( e necessário) lembrete, para se lavar uma roupa, vai-se na fonte. Buscar a fonte de cada cena desdobrada, ou em psicodramtiquês, o Status Nascendi (O ovo, a cena em seu estado de nascimento) de cada cena: É na fonte que lavamos a roupa. O segundo verso, sobre a ilha ser uma maravilha, mas é uma ilha. Isolada, sem contato com o continente. Físico, na geografia. Relacional, em nosso caso humano e psicodramático. As relações em corredor, simbióticas, podem ser uma maravilha, mas são estéreis relacionalmente, isoladas. Lagoa Azul. E como se faz para sair de uma ilha que é uma maravilha? Pela ponte. Pela construção de vínculos outros. Em outros e múltiplos papéis. Cada ponte construída é um vínculo novo criado. O terceiro verso define o exercício do Psicodrama: Não é para ir nem voltar. É para atravessar. Sair da ilha relacional ou conceitual, estabelecer pontes-vínculo novos. Sai da imobilidade da conserva, ainda que maravilhosa. Atravessar é um verbo de movimento, É dado aos Papas o título de Pontifex, construtor de pontes. Para seu papel de líder religioso é inteligível. O Psicodramatista é um Pontifex.

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