segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Novamente Alice

Lendo Alice através do Espelho, de Lewis Carrol, vi esta passagem: “O que você acharia de morar na Casa do Espelho, Kitty? Será que lhe dariam leite lá? Talvez o leite do Espelho não seja gostoso… mas, oh, Kitty! agora chegamos ao corredor. Só se consegue dar uma espiadinha no corredor da Casa do Espelho deixando a porta da nossa sala de estar escancarada: é muito parecido com o nosso corredor, até onde se pode ver, só que adiante pode ser completamente diferente. Oh, Kitty, como seria bom se pudéssemos atravessar para a Casa do Espelho! Tenho certeza de que nela, oh! há tantas coisas bonitas! Vamos fazer de conta que é possível atravessar para lá de alguma maneira, Kitty. Vamos fazer de conta que o espelho ficou todo macio, como gaze, para podermos atravessá-lo." Não há como não lembrar de uma das três técnicas fundamentais do Psicodrama: o Espelho. Sinteticamente, o protagonista passa a ser plateia e um ego auxiliar reproduz sua cena que ele a verá de fora. Aqui Alice tem a curiosidade de ver além do corredor que não está visível de onde ela está. Ela atravessa o espelho e diz:" É muito parecido com o nosso corredor, até onde se pode ver, só que adiante pode ser completamente diferente. " Ela abre a possibilidade de ver além do que já foi visto. É tudo que esperamos do Psicodrama. Dar e dar-se uma nova chance de ver além do corredor.

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