Realizando um Psicodrama Público (Diadema), o tema era a canção do musical "Homem de La Mancha", "Sonhar, sonhar mais um sonho impossível". Muitas pessoas, muitos psicodramatistas, estudantes de quarto semestre de Psicologia (Disciplina Psicodrama). Cada pessoa escolheu um verso para si. Solicitamos que nos trouxessem uma imagem ou cena para a qual aquele verso pudesse ser a legenda. Três apareceram. "É minha lei, é minha questão", "Se esse chão que beijei for meu leito e perdão" e "Sonhar mais um sonho impossível". As três cenas foram dramatizadas. É sempre bom escutar a experiência de quem participa pela primeira vez. "Não esperava, me surpreendeu", "Não gosto de me expor, mas aqui me senti acolhida. Sinto estar em algo maior do que eu, mas eu faço parte disso", "Gostaria de ter tido mais coragem, veio uma cena, mas tive vergonha. Da próxima vez não perderei a oportunidade". Uma psicodramatista, repetindo o caso Dora, diz "sempre faço papéis de boazinha, hoje fiz de uma vilã, foi diferente". Quarenta anos depois uma cena encontra uma nova perspectiva. "Minha autoestima sem crítica destrutiva, aumentou". Duplos, solilóquios, interposição de resistência, inversão de papéis. entrevista no papel, catarse de integração. Múltiplas técnicas. Mas o Psicodrama está além e acima do exercício de técnicas. Confiança no grupo, confiança no Método, deixar o protagonista ser guia de sua história, não pretender ou supor que há necessidade de dar soluções ao fim e ao cabo. Aceitar o timing da cena e da vida.
Mais um sonho impossível
O inimigo invencível
A tortura implacável
A incabível prisão
Num limite improvável
O inacessível chão
Se é terrível demais
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
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