quarta-feira, 8 de maio de 2024

Raul e Psicodrama

Escutando pela enésima vez Raul Seixas, volto a ouvir Sociedade Alternativa. E lá está uma frase, escrita no sec. XX por Crowley, mas já presente em escritos Rosacruzes anteriores: "Faz o que Tu queres pois é tudo da Lei." E por que escrevo sobre isto aqui? Porque, em geral, o conceito que se tem da palavra Espontaneidade, alicerce do Psicodrama, é de que ser espontâneo é fazer o que se quer e o que se tem vontade. Não, não é definitivamente isso. Isso é espontaneísmo. O contrário do que se objetiva no Psicodrama. Voltemos à frase. Misticamente falando, há duas particularidades. Uma é "o que Tu queres". A outra é "Lei". O Querer aí refere-se não apenas a desejar, mas aquilo que realmente importa em sua vida. Aquilo que, sem o que, nada faria sentido. Não é um querer qualquer, volúvel e flutuante. E Lei, é a Lei universal da Harmonia. Não a lei da justiça comum. Voltando para o Psicodrama, a confusão é parecida. Espontaneidade não é FAZER. Fazer é ação. E Espontaneidade é um estado. Um estado de disponibilidade, o mais perto possível da absoluta disponibilidade. É estar sem impedimentos, bloqueios ou temores prévios à ação. Ser Espontâneo é Estar Espontâneo. E para que? Para abrir espaço à Ação criativa, à CRIATIVIDADE. Espontaneidade = estado de disponibilidade sem coibições. Criatividade =  a melhor escolha para aquela cena, para aquele momento. Quanto menos Espontâneo, menor repertório de escolhas adequadas. Quanto mais Espontâneo, mais possibilidades de escolha da melhor resposta. E isso, com certeza, é diferente, profundamente diferente, de fazer-se o que se lhe dá na telha.

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