Pensava comigo que estamos perdendo o uso de palavras e nos deixando, cada vez mais, usar palavras extremas. esquecendo as nuances intermediárias. Isso veio à mente ao ler poesia e como o poeta consegue construir, em nós, o estado de espírito análogo ao dele ao escrever. Palavras, neologismos, formas diversas de pintar essa paisagem mental, como dizia Fernando Pessoa. Quando vamos rarefazendo nosso vocabulário pessoal, ao mesmo tempo, vamos retirando as nuances de cor e vendo cada vez mais em preto e branco, ou tons de cinza. O discurso pobre em palavras é pobre em nuances, e aglutina coisas variadas numa mesma caixa. O médico clínico, o psiquiatra , o psicoterapeuta, percebe como a autodescrição ou contação de uma história torna-se superficial. Nosso Psicodrama, com o recurso da Psicodramatização ou da simples formação de imagens, pode trazer ao protagonista uma visão de tonalidades diferentes, não descritas antes pela linguagem mais sumária. "Não é bem isso", "não é bem assim", "não, não, é muito menos ou muito mais". A poesia, a literatura, a arte, acrescenta mais nuances e variações à descrição da paisagem mental de Pessoa.
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