Há um conhecido poema de Robert Frost, The road not taken ( O caminho não trilhado) que faz referência a alguém que chega em uma floresta e há dois caminhos a partir dali. Frost lamenta que sendo apenas um terá que escolher. Ele escolhe o mais convidativo pela textura da grama. Ao fim, ele diz:
"A estrada se partiu no bosque amarelado –
Tomei dos dois caminhos o menos trilhado,
E justamente isso fez a diferença."
"Two roads diverged in a wood, and I –
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference."
E é isto: A escolha faz toda a diferença, e não há como saber como seria o outro caminho caso houvesse sido trilhado. Talvez em universos paralelos possam existir outros Frost que houvessem tomado o outro caminho. Mas, seria o outro Frost. Em cada um dos universos paralelos poderiam existir outros Frost caminhando outros caminhos. Mas, não o mesmo Frost caminhando todos os caminhos. Mas, na imaginação, naquilo que o Psicodrama chama de Realidade Suplementar (que não é tão somente imaginação) é possível experimentar-se COMO SE fossem reais os outros caminhos (os outros mundos possíveis ou até impossíveis) A questão central é qual o nível de aquecimento (isso é o cerne da psicodramatização) que transforma a imaginação simples numa experiência de Realidade Suplementar. O COMO SE acontece quando a experiência afetiva colore de realidade a cena imaginada. É como uma experiência onírica em vigília. Não é, mas É. É como se fosse. É criada para o Protagonista uma (ou umas) realidades que suplementam a então vivida ou imaginada. E isso pode acrescentar ao poema de Frost um toque vivenciado do experienciar. Moreno chamava a isso a Verdade Poética, que não é a dos poetas, mas do próprio protagonista de sua própria história.
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