Sempre é preciso ter-se cuidado como analogias. Mas elas podem nos fazer ver com mais facilidade situações carregadas de peso afetivo. Esse é um exemplo. Sociedade significa vínculos entre sócios. Sócio em Latim é Socius: companheiro, parceiro. E, voltando, Sociedade é uma relação vincular entre sócios, entre parceiros com uma mesma finalidade. Então, a sociedade afetiva, a relação afetiva, é uma parceria entre sócios afetivos, parceiros afetivos. O capital que financia e sustenta essa sociedade afetiva é o capital afetivo. Tal como numa sociedade comercial, não é só porque uma sociedade foi constituída formal ou informalmente que funcionará. Qualquer consultor empresarial dirá que existe um tempo de maturação de qualquer empresa, de alguns anos antes que comece a dar retorno. Nesse tempo entre o início da sociedade empresarial ( e da sociedade afetiva) e sua maturação os sócios têm que continuar investindo, empenhando-se em fazê-la funcionar. As sociedades empresariais por não serem românticas têm essa clareza mais facilmente. As sociedades afetivas ainda muito preenchidas de um romantismo fantasioso, imaginam que apenas porque querem estar juntos isto será o suficiente para fazer essa sociedade funcionar. E mesmo com empenho as sociedades podem não mais serem lucrativas, serem um bom negócio. E ao se romperem essas sociedades costumam dar mais problemas do que para se constituírem. Mesmo porque há mais para se repartir. E esse a mais para repartir, se for lucrativo aguçará a ambição. Se for prejuízo, dano, estimulará a rivalidade também. Penso que para nós que lidamos com gente em relação afetiva é necessário desconstruir uma visão romântica. Essa visão romântica de que dar certo, funcionar bem, é magia, é mágica, é certeza, é obrigação. Sem investir continuamente nenhuma sociedade se sustenta e evolui.
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