Estou pensando sobre o epitáfio de Moreno: "Aqui jaz aquele que trouxe alegria à Psiquiatria". Como qualquer expressão, essa pode ser entendida de várias formas. Um forma é ver nela o quanto de bufão tinha Moreno, de histriônico, exagerado. Uma outra forma é de chamar a atenção para a completa e total ignorância desse estado de humor dentro da Psiquiatria/Psicologia/Psicodrama. Não só ignorância, mas também a total desqualificação da alegria no ambiente psicoterápico. A dor, o sofrimento, a tristeza, esses estados, esses sim, são supervalorizados. A Alegria, nesta área PSI, quando aparece é em seu estado desproporcional e inadequado e patológico, a Mania ou Hipomania. Propriamente falando do e no Psicodrama/TE, tenho a impressão que existe uma busca incessante pelo tema doloroso, pela cena triste, pelo choro, enfim. Eu acho que alguns diretores de Psicodrama (e outros psicoterapeutas) só se sentem validados pela catarse dolorosa e, jamais, pelo riso aberto e espontâneo. Mas, às vezes o chorar pode ser uma conserva psicodramática: Uma forma já estereotipada para lidar com a própria vida. Aí, o viés do riso espontâneo pode ou poderia ser mais libertador do que o choro.
“Mas o riso interminável que transcende tanto os fracassos quanto os êxitos preenche a plateia... Seria bom conhecer a origem do riso... Acho que o riso teve início quando Deus viu a si. Foi no sétimo dia da criação que Deus, o Criador, voltou a olhar para os seus últimos seis dias de trabalho – e estourou – gargalhando de si... Esta é também a origem do teatro... sim, enquanto ele ria, rapidamente cresceu um palco sob os seus pés. Ei-lo aqui, embaixo de nós”. Moreno
“Mas o riso interminável que transcende tanto os fracassos quanto os êxitos preenche a plateia... Seria bom conhecer a origem do riso... Acho que o riso teve início quando Deus viu a si. Foi no sétimo dia da criação que Deus, o Criador, voltou a olhar para os seus últimos seis dias de trabalho – e estourou – gargalhando de si... Esta é também a origem do teatro... sim, enquanto ele ria, rapidamente cresceu um palco sob os seus pés. Ei-lo aqui, embaixo de nós”. Moreno
Tom ... Ja notou que essa coisa da catarse dolorosa transita na platéia algumas vezes? É quase uma tatuagem energética, uma jaula, um ritual inscrito - partitura que antecipa o acontecimento e quase prescinde de Diretor. Um Ele, seja lá qual deles, impera de dentro de diversos iguais. Objetivar simplesmente estas subjetividades é ficar preso na amarra. Pede perícia do Diretor e especialmente, sensibilidade para identificar partículas mínimas de alegria em trânsito. Seguir o que interessa e alegra tudo indica que é perigos e assusta. Fortalecer a coragem para seguir na direção da alegria é preciso.
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