domingo, 29 de dezembro de 2019

Destino, escolhas

Ouvindo hoje músicas que ganharam o Oscar escutei "Que será, Que será", cantada por Doris Day. Esse é o tema de "O homem que sabia demais", dirigido por Hitchcock. E o que tem isso, além de curiosidade? É essa expressão comum no mundo latino: O que será, será. Ouvida, escutada, vivenciada, é algo como: nada a fazer, seu destino está traçado, não adianta lutar nem tentar alterar nada. Tudo já está definido. É melhor relaxar e não dar murro em ponta de faca (outra expressão coloquial). Num filme de suspense hitchcockiano faz sentido introduzir o tema da inexorabilidade, da irreversibilidade, do destino trágico da personagem, deixando a surpresa para o final. Mas, e na vida? Diz Raul Seixas, em uma de suas músicas: "O destino é a gente que faz, na mente de quem for capaz". Moreno dizia que a segunda vez podia libertar a primeira, referindo-se à dramatização, com a realidade do Como Se do palco. "O que será, será". "Não se dá murro em ponta de faca". "O destino é a gente que faz". "A segunda vez (dramatizada) liberta a primeira (vivida) da cristalização do destino". Destino ou escolha?

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