Há uma frase de Moreno, chamada por ele de mandamento, que diz: "Sê espontâneo!". Embora dele, contradiz-se. Usar o modo imperativo para referir-se à espontaneidade é uma contradição, um paradoxo, mesmo. É como se dizer: seja livre. A espontaneidade é a liberdade total de opções, o conjunto-universo de possibilidades. Como pode estar limitada por uma ordem, por um imperativo? Diz Millor Fernandes que quem dá pode tirar. A liberdade, a espontaneidade não são autorizadas de fora para dentro, e sim, de dentro para fora. A criatividade, sim, é quem faz as melhores escolhas, levando em questão o contexto, o momento. A espontaneidade é o Caos completo, a matéria-prima de onde a criatividade (Cosmos) escolhe e organiza a melhor, a mais adequada solução.
E escrevo em letras minúsculas, espontaneidade e criatividade, para lembrar o conceito que não são entidades para uso especial, em ocasiões especificas, para se retirar de um baú de utilidades. São parte essencial do viver. A espontaneidade e a criatividade são quem nos tira da condição de autômatos quase vivos.
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