sábado, 21 de março de 2020

Inversão de papéis

Os tempos atuais são de crise. Mas na crise é possível se aprender algo. Os psicodramatistas, os socionomistas, falam de papéis. Aqueles, que em nossa cultura, surgem do encontro de pessoas em determinadas relações. Como a terminologia psicodramática adveio do teatro, o termo papel engloba tudo aquilo que em teatro se refere a papel. Uma personagem, um script, um vocabulário, uma expressão corporal. Agora, aparece uma coisa curiosa. O papel parental, pai e mãe, se caracteriza pela preocupação de segurança e pensar no futuro. O papel de filho é o do tempo presente e da liberdade. Hoje o diálogo de pais e filhos em tempos de pandemia mostra o que é em Psicodrama, Socionomia, a inversão de papéis. "Cuidado, não saia. Se proteja. Vc é teimoso, Tem que se cuidar". Esse texto pertence ao papel parental. Mas quem está falando, hoje, esse texto, são os filhos, mas em seu papel parental. E os pais, em seu papel filial, dizem, "preciso sair, tenho o que fazer, não aguento mais ficar em casa". Isso, repito, é um exemplo claro de inversão de papéis. No Psicodrama, Socionomia, isso se torna fonte de ampliação do conhecimento do papel do outro, do papel complementar. Sem que deixemos de pensar e agir dentro de nosso papel, o enriquecemos ao vivenciar o papel de de seu complementar. Pais(filhos), Filhos (pais).

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