Há cerca de trinta anos apareceu o musical "Os saltimbancos". Aqui no Brasil a versão das músicas foi feita por Chico Buarque. A musica principal tinha, e tem, essa letra:
"Todos juntos somos fortes,
Somos flecha e somos arco,
Todos nós no mesmo barco,
Não há nada pra temer.
Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger.
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer."
O Psicodrama, o método Socionômico, baseia-se nessa ideia relacional. O outro me constitui enquanto eu o constituo. E Isso numa relação entre papéis. Esse fundamento é o grupo. E como vamos reconhecer o estado grupal? Quando usamos o "nós". A sensação, o sentimento de pertinência, de pertencimento, constitui o grupo. Não há eu nem eles. Há nós. E quando escutamos o nós, bendita palavra, o que escutamos é a expressão de pertencimento a um grupo. E, para Moreno, criador do Psicodrama, também temos que ficar atentos a que, aquilo que pode acontecer a uma pessoa, eu versus ele, pode acontecer a grupos. Nós versus eles, o outro grupo. E nisto Moreno depositava sua esperança: que o Psicodrama tivesse como meta não apenas a sua aplicação psicoterápica, mas que fosse de aplicação mundial. Em sua utopia, a meta seria um grupo mundial, o grupo de seres humanos, "nós, seres humanos. Nós, habitantes do mesmo planeta (todos nós no mesmo barco...). Mas, como diz um provérbio chinês (de verdade), "antes de salvar o mundo dê três voltas dentro de sua casa". A atividade principal do Psicodrama é grupalizar. É criar, ajudar a criar, o "nós". E isso pode ser feito. Sendo ou não psicodramatistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário