segunda-feira, 27 de março de 2023

Hoje é comemorado o Dia Mundial do Teatro. E como dizia Augusto Boal, "Todos somos Teatro. Alguns fazem Teatro". Como sou parte de um método psicoterápico, o Psicodrama, que tem suas raízes fincadas no Teatro, pensarei aqui como Psicodramatista no Dia do Teatro. Em geral, o texto das peças ou sua forma de execução são denominados de forma diferentes. Drama, tragédia, comédia, farsa, tragicomédia, burlesco. O texto ou a forma de execução. Um texto pode ser criado, escrito, para ser tragédia, mas pode ser montado como farsa ou comédia. No Psicodrama, de resto, não usamos essa terminologia classificatória. O texto e a dramatização, no Psicodrama, são do protagonista e criado por ele. A forma com que se desenrola essa dramatização pode ser ser sugerida pelo Diretor (o coordenador do grupo) ou ser desenvolvida pelo próprios atores (egos-auxiliares, no Psicodrama) e protagonista. Mas, o protagonista  não é quem se coloca na linha de frente em primeiro lugar. É quem encarna e vive, em sua história, a história-tema daquele grupo, naquele momento, Assim, o protagonista é alguém que emerge do grupo, mas leva o grupo em sua dramatização. Mesmo sendo algo pessoal, naquele momento, caso ele seja o protagonista, todo o grupo sente-se contemplado. O grupo vê-se no palco. Aquela história, é sua história. Se assim não for, ele será um falso protagonista, até um bode expiatório. Estará no palco embora não sendo a voz do grupo, encarnada. No Dia Mundial do Teatro, numa época em que não está claro que tipo de cena está no palco, reverencio essa forma profundamente humana de ser. E sinto-me honrado, como Psicodramatista, de ter tão nobre origem.

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Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...