Há uma belíssima música/letra do grande cantor e compositor e esquecido Taiguara chamada Hoje que diz em sua letra:
"Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo"
Há um ensinamento de Moreno, contado por Zerka Moreno, que diz:
"O Corpo lembra quando a mente esquece"
Tanto o poeta quanto o psicoterapeuta perceberam a mesma coisa: Em nosso corpo as vivências se inscrevem. "Quero ficar no seu corpo feito tatuagem" (Tatuagem, Chico Buarque). Augusto Boal dizia ser o corpo o nosso palco. Por isso, baseado nisso, as dramatizações podem alcançar um nível profundidade de uma vivência mais amplo que a recordação verbal dela. No Onirodrama, Moreno sugeria que a pessoa não contasse o sonho, mas assumisse a mesma postura ao dormir, iniciasse a contar e passasse a atuar o sonho e não contá-lo. O corpo vai agindo, lembrando sem lembrar. Nas dramatizações o mesmo acontece. Uma história contada tende a ser repetida de forma cristalizada. Ao se transpor para o palco, o corpo estando presente traz consigo a memória inscrita dos movimentos e, ao serem atuados, trazem de volta algo da vivência original, o que permite a Moreno dizer que "as segunda vez libera a primeira".
Nenhum comentário:
Postar um comentário