A Teoria dos Papéis em Moreno ocupa um espaço central. Sua compreensão possibilita ou não a verdadeira apreensão do sentido psicodramático. Para Moreno as interações humanas acontecem entre papéis. Ou seja, em cada relação humana as pessoas estabelecem a comunicação dentro de determinado papel. E papel neste caso tem a mesma conotação de papel cênico. mas quando abordamos isto, sempre aparece alguém para lembrar que a vida é um palco. Não é neste sentido o seu uso por Moreno. Em um papel cênico a personagem tem suas falas, seus maneirismos, seu guarda-roupa, sua história. E em Teatro sempre existe o papel complementar, o contra-papel, o deuteragonista. Mesmo em um monólogo, o outro é pressuposto, já que teatro é conflito. Trazendo essa analogia, quando uma pessoa estabelece relação com outra, o faz dentro de um papel com script delineado. Há papéis em que o script, o enredo é tão rígido, tão impermeável, que não dá margem a que o ator acrescente sua forma de desempenhá-lo. Outros há em que o roteiro é aberto e fluido. Para um Psicodramista ao se ver uma pessoa há que pensar no seu contra-papel, no seu complementar. Um marido é marido porque há um cônjuge. Aí, quando um dos papeis se ausenta do palco o outro perde sua finalidade. Um só ator não cria seu próprio papel complementar. Ele necessita do outro para que a cena aconteça.
sábado, 15 de outubro de 2016
personagens, papeis,roteiros
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Você me fez refletir muito sobre a frase "a vida é um palco", tão utilizada pelo Psicodrama. Sempre a utilizei como metáfora para explicar a teoria dos papéis. Mas lendo seu texto, no sentido apresentado, não faz relação com a ideia de Moreno mesmo. Até porque para ele os papéis são um prolongamento do eu em busca de um tu complementar, e que o sujeito vai se constituindo na relação através dos seus papéis. Enquanto que no teatro, os personagens já vem com seus papéis definidos e se transformam muito poucos durante o enredo. Valeu Tom!!!
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