Em uma conversa usei esta expressão: "Psicodrama, Teatro Espontâneo são mais para incomodar do que acomodar." Depois que usei, essa mesma expressão ficou me incomodando. Refleti e refleti. Para que dramatizamos e concretizamos? Para que fazemos o que fazemos? Para acomodar as pessoas e grupos? Para limpar arestas? Para que? Moreno dizia: "A segunda vez liberta a primeira." De que? De que as ações psicodramáticas são libertadoras? A resposta é: da Conserva. E em Socionomia (psicodrama, teatro espontâneo, sociodrama) conserva cultural é tal qual uma conserva em culinária: algo que permanece imune à transformações. E isto para Moreno e o Psicodrama torna-se seu objetivo de trabalho. Ajudar ao grupo ou pessoa a olhar e vivenciar sob um outro ou outros aspectos. A conserva da qual nos "libertamos" ao dramatizar uma cena é a conserva do vivenciar, do olhar. Aquilo que permanece sem transformação, repetindo-se infinitamente. As ferramentas Socionômicas propiciam às conservas saírem de sua imobilidade existencial e entrar no ciclo de mudanças da vida. E isto incomoda em lugar de acomodar. A dor ou sofrimento conhecidos tornam-se íntimos de quem sofre. Propor-se um novo olhar é sugerir uma viagem a um desconhecido. Sair de um lugar doloroso mas sabido e conhecido, e dirigir-se a uma interrogação. Psicodrama e Teatro Espontâneo incomodam. E é isto que se deseja.
quarta-feira, 8 de março de 2017
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