quinta-feira, 2 de março de 2017

Outro que olha

Que Espontaneidade não é fazer o que se dá na telha pensamos saber. Que fazer o que se dá na telha seria melhor chamado de espontaneísmo também pensamos saber. Mas como fazer algo tão contraditório como "treinar" a Espontaneidade? Ao meu ver, criamos numa sessão de Psicodrama ou num ato de Teatro Espontâneo condições para que a Espontaneidade ocorra. Mais do que fazer coisas, seria possibilitar deixar-se de fazer coisas. A Espontaneidade existe desde o nascimento da criança. A disponibilidade para fazer qualquer coisa existe desde sempre. Com o tempo e o passar das experiências aprendemos ou passamos a temer as consequências de nossos atos. Aí a Espontaneidade começa a ser inibida." O que será que devo responder?" "Será que está certo?" O que será que ele ou ela querem saber?" "É permitido?" "E se eu errar?" " E se todos gozarem e rirem do meu erro?" "E se eu passar vergonha?". Isto torna não espontâneo o ser humano em grupo ou individualmente. O que fazemos no aquecimento, e esta sua função vital para a cena, é criar condições para que se baixem as guardas, ajudando a grupalização vivenciada. Há timidez, medo, vergonha quando nos sentimos expostos ao olhar do outro. O aquecimento, ao grupalizar visceralmente os participantes, elimina a vivência do outro que olha. Já não nos sentimos expostos porque somos parte do grupo. Vivenciar a pertinência ao grupo possibilita a Espontaneidade.

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