segunda-feira, 19 de março de 2018

Eco, Millôr

Novamente lendo Umberto Eco. Em uma de suas crônicas ele se refere ao uso da palavra Reconhecimento. E distingue duas conotações. Uma em que Reconhecimento é o preito de homenagem feito pelas pessoas diante de atos ou atitudes ou obras realizadas por alguém. O que se reconhece é algo de valor. Outra conotação da palavra reconhecimento liga-se ao ato de ser visto. Reconhecer, nesse caso, é saber que já viu aquele rosto em algum lugar. É a nossa sociedade do espetáculo em que tudo é feito pensando nessa segunda conotação do reconhecer. Faz-se  algo para ser visto se fazendo algo. E, portanto, ser reconhecido nas ruas e nas mídias. Moreno dizia que todos os papéis tem uma dimensão objetiva e uma dimensão subjetiva. A uniformização, a padronização, dos desempenhos dos papéis sociais em sua dimensão objetiva traz consigo o apequenamento, o pouquíssimo aprofundamento da dimensão subjetiva do desempenho desses papéis. E aí lembro-me de um Hai-Kai do Mestre Millôr Fernandes:
"Ah, como são iguais
esses caras diferentes!"

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