Conversando hoje com uma amiga muito querida psicodramista de Sta. Catarina ela me perguntou se fico cansado de atender pessoas. Na hora parei para pensar. As vezes ao terminar um dia ouvir voz humana me é cansativo. Nessas horas só o meu silêncio e a música. Mas será que me canso de lidar com as pessoas? Não, não me canso. Cada pessoa, cada grupo é um novo horizonte, um novo buscar contato. Cada novo momento de uma mesma pessoa é um estímulo. Nesse sentido, lidar com pessoas é divertido. Di-versão pode ter dois significados. Um é "algo que serve para divertir" na definição redundante do Dicionário Houaiss. Outra é "mudança de direção". E nesse sentido caminhamos ao Psicodrama. Quando nos divertimos o fazemos mudando a direção do nosso foco de atenção. Se trabalhamos, a mudança de foco é dançar, beber, conversar. Por que? Por que necessitamos, precisamos, para reacender nosso interesse no viver, de mudar essa direção? Sempre estar em busca de mudanças de direção do foco de nosso interesse? A isto o Psicodrama chama de perda da Espontaneidade. A Espontaneidade própria do indivíduo, inata, própria da infância vai decaindo à medida que cresce e vai se congelando, petrificando, conservando sua experiência de viver. A criança é capaz de manter-se fazendo uma brincadeira por minutos, horas, sempre encontrando um interesse novo no mesmo objeto. A criança não precisa de Diversão. Poeticamente, ela é uni-verso diante da curiosidade do descobrir. Ela tem interesse em tudo. Simples assim. Ela ainda não tornou suas experiências em conservas culturais, monotamente repetidas. Adulto precisa, necessita, reclama, quer di-versão de sua vida cotidiana. A criança espontaneidade plena, vive com interesse e alegria sua vida.
"faça como a criança que é capaz de chorar horas a fio sem ficar rouca."
Tao-Te-King
"A criança é um Sim sagrado."
Nietzche
Muito bom!!!
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