segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Difícil, mas possível.

Olhar o mundo dentro da visão psicodramática, socionômica não é fácil. Nosso hábitos, nossas conservas culturais, nos fazem pensar como se o mundo fosse construído a partir de mim, por mim e para mim. E mesmo dentro do mundo psicodramático, fora do palco e às vezes dentro do palco, nas discussões teóricas, aparece sempre o viés explicativo, causal. O fundo fenomenológico não surge no dia a dia do socionomista, psicodramista. Pensar em termos psicodramáticos implica em mudar radicalmente a nossa forma de ver. Implica em que o conceito de ser em relação, é mais do que um conceito. É sair da perspectiva individualista e incluir o outro necessariamente. O outro nos constitui tanto quanto constituímos o outro. Em termos psicodramáticos dizemos que as pessoas se vinculam por meio de papéis. E os papéis só existem porque existem os contra papéis, os papéis complementares. Não existe o papel de médico enquanto ele não está vinculado a alguém que assume o papel de paciente. E vice-versa. Só há o papel de paciente se houver quem assuma o papel de médico. O resultado de se vivenciar isto, e não apenas saber teoricamente, é, diante de cada situação, esclarecer ou desvelar a relação de papel - contra papel. Moreno dizia que o intrapsiquíco é importante, mas ao Psicodrama importava o interpsiquico, o que acontecia na relação interpessoal. 

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