sexta-feira, 17 de abril de 2020

Fernando Pessoa me persegue (ou eu a ele)

Há um verso de Fernando Pessoa: "Todo começo é involuntário". Interpretar poesia é uma armadilha e uma traição ao poeta. Poesia sente-se. Com a cabeça e o coração. Então, para mim, esse verso remete à experiência psicodramática. Para mim, sugere que há de se aproveitar s coisas como as coisas se apresentam. Não se pode produzir o grupo ideal, o mundo ideal. Os começos são involuntários, são espontâneos, mas sua continuação necessita de criatividade. Conduzir uma atividade psicodramática qualquer com planos elaborados, roteiros a serem seguidos, sequencias de aquecimento pré-determinadas, ou seja, planejar uma atividade de Psicodrama, retira dela a experiência fundamental: Deixar-se conduzir pelo grupo. Moreno dizia: "Throw away the script". "Jogue fora o roteiro". Isso é aceitar o "involuntário" de Pessoa. Entretanto, isso tendo sendo aceito (e aceitar isto é a espontaneidade moreniana) sua continuidade necessita da criatividade para melhor levá-la a cabo.

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