domingo, 12 de janeiro de 2020

Alice, Machado, Chico

"Pode dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? Pergunta Alice.
Isso depende muito para onde você quer ir, responde o gato de Cheshire.
Preocupa-me pouco aonde ir, disse Alice.
Nesse caso, pouco  importa o caminho que siga, diz o gato de Cheshire."
             L. Carroll in Alice no País das Maravilha
"Caminhante, são tuas pegadas o caminho e nada mais;
Caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar.
Ao andar se faz caminho e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca se há de voltar a pisar"
            Antonio Machado in Cantares
"Os poetas, como os cegos, podem ver na escuridão".
            Chico Buarque de Holanda in Choro Bandido

Diz-se que o Psicodrama, o Sociodrama, o Teatro Espontâneo, a Socionomia, enfim, são de base fenomenológica existencial, não interpretativos. E o que isso quer dizer? Acima, há três citações. A de Lewis Carroll sugere que não tendo um objetivo definido, há múltiplos caminhos a serem tomados. O poeta espanhol, Antonio Machado, nos diz que o trilhar do caminho constrói o próprio caminho, não havendo caminhos pre-definidos e que, uma vez trilhados, não há como repeti-los. O Socionomista, seja atuando como psicodramista, como sociodramista ou teatreiro espontâneo, constrói seu caminho no grupo com o grupo. É aí que o método socionômico se torna o nosso único guia. Não é o plano, não é o objetivo. Mas o método. Método de construção coletiva, sendo o diretor/condutor/psicoterapeuta, o o olhar diferenciado que dá ao grupo o suporte para sua realização no palco psicodramático.
E Chico, como acontece, diz que os poetas vêem mais longe e mais claro.


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Experimentar e refletir.  Este blog é um espaço para mostrar ideias sobre o psicodrama, sobre o teatro espontâneo.  Há mais de trinta anos...